quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Considerações de um Treinador ... - VIII

Edward Lasker em seu livro A História do Xadrez comenta sobre a lista, elaborada por psicólogos, das faculdades essenciais a qualquer pessoa para tornar-se um enxadrista de categoria:

1. Alto grau de inteligência. Um jogador de xadrez pode ter muito pouca cultura. Pode não saber mesmo ler ou escrever. Mas nunca será estúpido.
2. Capacidade de pensar objetivamente. A presença de um adversário que compreende a lógica rigorosa de todas as relações no tabuleiro de xadrez deixa pouco lugar para interpretação subjetiva arbitrária.
3. Capacidade de pensamento abstrato. As generalizações corretas, baseadas em experiências adquiridas em anos de prática, produzem o chamado "instinto posicional" , que lhe permite deduzir o melhor lance em situações nas quais é impossível o cálculo exato.
4. Capacidade de distribuir a atenção por diversos fatores diferentes, como os que estão sempre envolvidos numa "combinação". Isso evita que o jogador deixe de perceber certos lances.
5. Vontade disciplinada, capaz de forçar a rapidez e concentração do processo de pensamento, sempre que necessário, até muito além da capacidade normal do jogador. Em contraste com o pensamento filosófico ou matemático, o pensamento do mestre de xadrez precisa às vezes de terrível intensificação momentânea, porque o xadrez é uma luta e o jogador tem de chegar a uma decisão dentro de certos limites de tempo.
6. Bons nervos e auto-controle. O jogador que não seja capaz de disciplinar suas emoções está sujeito a desmoralizar-se e jogar muito abaixo de sua força real. Precisa poder resistir à tensão da pressão do tempo e quando o resultado é um erro que o leva à derrota numa partida quase ganha deve aceitar calmamente a situação.
7. Auto-confiança. O jogador deve ter uma confiança implícita em seu julgamento de posições, pois raramente é possível a análise pormenorizada de todas as variações pertinentes.

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